domingo, 30 de julho de 2017

Avignon - França: 01 dia

O sul da França tem muito a oferecer, considero como o melhor, uma viagem despreocupada de carro e sem pressa, já que são muitas lindas e fabulosas cidades.

Mas, como estávamos de navio e uma das paradas foi por ali... Para falar a verdade a parada foi em Marselha, mas já conhecíamos.

Avignon foi residência dos Papas por muitos anos, tendo início em 1309 permanecendo como propriedade papal até 1791, quando foi incorporada ao terreno da França na Revolução Francesa.

Sete Papas residiram na cidade, porém em 1377, o Papa Gregório XI decidiu recuperar o trono de São Pedro, em Roma. 

Isso ocasionou o Grande Cisma (crise religiosa entre o Papa que vivia em Roma e o AntiPapa que vivia em Avignon) do Ocidente com 02 ou mais papas simultaneamente.

Isso perdurou até 1417 onde o Concílio determinou definitivamente que o Papa ficaria em Roma.

As muralhas da cidade, que permanecem em bom estado até hoje foram construídas pelos Papas, assim que eles fixaram residência aqui.



Realmente era para ninguém entrar. Olha a altura delas!!!!


Com isso, todo o centro histórico fica dentro dessas muralhas.


Quem chega pela estrada, entra na cidade através desse portão na muralha que fica logo em frente a famosa ponte.

A praça é conhecida por Place du Palais e nela fica o palácio. Entrando pela muralha e andando um pouquinho, mas sempre subindo, inclusive algumas escadas; o que torna o percurso um pouco mais difícil para quem está com carrinho de bebê.


É imensa a praça. E do lado direito da foto fica alguns cafés e lojas.

O Palais des Papes, palácio papal, Patrimônio Mundial da Unesco é um edifício gótico, construído entre 1335 e 1364. Quando a corte papal regressou a Roma, ele virou um quartel e hoje é um museu.



No centro da praça sai um trenzinho, daqueles bem turísticos que dá uma volta pela cidade.

Como já descobrimos isso no final do passeio não fizemos, mas algumas pessoas que fizeram gostaram muito.



Na placa fica o percurso dele, valor e horários de saída.

Ao redor da cidade, corre o Rio Rhône e nele temos a imagem mais característica e famosa da cidade que é a Ponte dos Arcos ou Saint Benezet, que também é Patrimônio Mundial da Unesco.



Construída entre 1177 e 1185.

Consta a lenda que um pastor, Benezét, havia encontrado Jesus que lhe mandou construir a ponte.

Obviamente não acreditaram nele e foi desafiado por um pastor a carregar uma enorme pedra até a margem do rio e caso conseguisse teria permissão para construí - la.

Podemos dizer que ele conseguiu e com isso toda a cidade ajudou - o.

Hoje, restam 04 dos 22 arcos, desde 1660 após uma forte enchente do Rio. 

Ela era usada para atravessar para o outro lado do rio.

Continuando nosso passeio fomos ao mercado central que nem parece um mercado a primeira vista.

Decorado, em sua fachada, com uma parede vegetal criado por Patrick Blanc é uma verdadeira feira provençal. 


Quem diz pela aparência que é um mercado?

Quitandas e mais quitandas com queijos, comidas, doces, bebidas, dos mais variados tipos. Uma perdição para quem ainda não almoçou, ou uma ótima opção para o almoço.






Descendo pela praça du Palais iremos ter em outra praça. O que chama atenção é a beleza dos prédios com todos os seus detalhes.

Nessa praça tem banheiro público bem tranquilo para usar.

A praça do relógio ou Place D´Horloge; é a principal praça da cidade por isso chamada Praça de Avignon.



Já vemos mais lojas e uma pequena feira.

Isso é uma coisa que tem muito - feiras.

Além disso aqui se encontra o Hotel de Ville (prefeitura) e a Ópera.

Tem até carrousel para as crianças, mas como chegamos cedo e era durante a semana, ele estava fechado.


A partir da Place D´Horloge começa a principal rua de Avignon, que é a Rue de la Republique, que foi inaugurada por Napoleão III.

Aqui você vai encontrar diversas lojas de grifes, cafés e muito mais.

A cidade é cara, mesmo para os locais. Então se quiser fazer compras, prefira outros lugares.

O que comprei na cidade que compensou, foi nesta rua mesmo, vinhos e champanhes.




Basílica Saint - Pierre D´Avignon.

A construção original do local data do século VIII que foi destruída e sua reconstrução se deu em 1358, já tendo passado desde então por reformas com ampliação da construção.

Sua fachada em estilo gótico é composta de 02 torres e 02 portas, uma ao lado da outra, que são chamadas de "portas de noz" por sua solidez.


Separando as duas portas há uma coluna central com a estátua da Virgem com a criança.


A luz da igreja é sempre reduzida para não estragar as antiguidades dentro dela, e o altar dourado foi construído em 1617.


Avignon é uma cidade muito bonita e bem diferente. Nela temos arquitetura medieval, misturado com o moderno e renascença.

Não foi a cidade mais bonita que já conheci da frança, mas pela sua história é super interessante.

Existe um festival em julho que faz a cidade ferver, talvez seja o mês mais interessante e no verão mesmo tem o show de som e luzes na praça du Palais.

Agora, quem está com criança, idoso e cadeirante - pense 02 vezes antes de ir. Como grande parte do chão é de pedras, como existem muitas ladeiras, ruas estreitas e escadas, não é que seja impossível, mas tem que estar na disposição.

Falo sempre quando me perguntam como aguento ir com 02 crianças pequenas e minha mãe, idosa (imagino a cara dela quando ler isso!!!!), tudo depende da sua vontade de passear e conhecer.

Quando fui para Cinque Terre, subi e desci, carregando 01 carrinho de criança em cada ombro, mochila com uns 15kg nas costas e segurando minha filha que na época nem andava.

Ali faria hoje de novo e não me arrependo, não acho que Avignon por mais linda e interessante que seja, NÃO vale esse sacrifício todo.

Lembro que essa é minha opinião de turista, cada um tem o direito de concordar ou não, sempre respeitando a opinião dos outros.




Bjs   e   Até   a   Próxima   Aventura,   sempre   Tentando   Explorar   o Mundo!!!!!!!!!!!!!!!







sábado, 15 de julho de 2017

A cidade das serestas e serenatas: Conservatória

Localizada no Rio de Janeiro, distrito de Valença, essa cidade prosperou muito no ciclo do café.

Seu primeiro registro data do final do século XVIII, onde o naturista Saint Adolph, relata em 1789 que a cidade era reserva dos índios Araris, segundo ele - "elegantes e desembaraçados".

A justificativa do nome mais comum é que ali os índios se recolhiam para se recuperar das doenças, ficando conhecida como "Conservatório dos Índios".

Em 1826 ainda existiam 1.400 índios, que mais tarde seriam exterminados pelos desbravadores colonialistas.

A cidade chegou a se chamar de Santo Antônio do Rio Bonito, porém a tradição indígena falou mais alto.

Já no final do século XIX iniciou - se a tradição das serenatas (música cantada sob o sereno), que até hoje permanece atraindo muitas pessoas para turismo na cidade. 

Dizem que começou com Andreas Schmidt, que em uma noite enluarada no silêncio do vilarejo, começou a tocar seu violino na praça e isso atraiu muita gente. A partir daí, ele transformou isso em rotina.

Até hoje a cidade atrai muitos músicos.

Engraçado que logo que chegamos a cidade, não estávamos achando a casa que o grupo alugou. Então, vimos um homem de meia idade estacionando, saindo de seu fusca amarelo, com um violão.

A primeira vista, devia ser um músico da cidade, um morador.

Então, fomos a ele pedir orientação da rua, até que ele se vira e fala:

- " Olha, sou músico, e cheguei na cidade tem 03 meses para visitar e tocar, mas adorei a cidade e o clima (estava bem fresco), e não voltei mais. Resolvi ficar por aqui, estou adorando o lugar, não quero mais voltar.... (falou por uns 05 minutos)... mas não conheço a rua não".

Só em cidade pequena mesmo...

Mas, vamos conhecer a cidade?

O centro da cidade é visitado a pé mesmo. Entre a rodoviária e a Igreja Matriz serão uns 10 minutos andando tranquilamente.

O violão como símbolo da cidade.

Tenda na praça principal onde ocorrem as apresentações.



As barraquinhas na mesma praça.

Uma dela vende cachaça de vários tipos artesanais.

Outros pontos, precisará de carro.       


Ponte dos Arcos:

Exemplo histórico de engenharia da época, foi construída para dar passagem a um dos trechos da antiga Rede Mineira de Viação, sendo utilizado óleo de baleia para dar liga nas pedras.

Foi inaugurada em 1884 na presença de D. Pedro II. 

Hoje desativada, só para ver mesmo.



Túnel que chora:

Devido as gotas da nascente que corre sobre ele, cravado na pedra bruta, feito pelos escravos.

Possui 100m de extensão e é por onde passava a Maria Fumaça.

Segundo o seresteiro José Borges de Freitas: "... dizem que é de saudade que o túnel vive chorando."

Você vai passar por ele para entrar e sair da cidade, é bem estreito.

Confesso que não vi ele chorando, mas depois me informaram que precisa chover para ele chorar. Será?




Maria Fumaça:

Pertencente a antiga Rede Mineira de Viação, ela puxava os vagões de passageiros e também o vagão de café.

A linha foi inaugurada por D. Pedro II em 1883 e extinta após a instalação da indústria automobilística no Brasil.

Me senti no filme "De volta para o futuro". E para completar, existe uma loja em frente que tira fotos com roupas antigas e malas, simulando uma viagem. 



Muito legal isso.

Isso achei fantástico, pena que não fizemos.... Mas, um casal de amigos com seus filhos fizeram.





Igreja de Santo Antônio:

Padroeiro da cidade, sua igreja é feita de cantaria (pedra grande lavrada para construções), e começou a ser feita em 1850, levando 40 anos até o final.

Feita pedra sobre pedra, com paredes de até 1,5m de espessura.

Bem simples, mas muito bonita.

Ela fica exatamente em frente a praça onde fica montada a tenda.

Nela ficam os seresteiros tocando. Você pode passar horas ouvindo música ali.

Na mesma praça, existem algumas barraquinhas com lanches, cachaça e alguns artesanatos.



Bem simples, mas elegante.

Achei lindo a caixa de ofertas.

Serra da beleza:

Belíssima vista que alcança a Serra da Mantiqueira e montanhas de Minas, das Agulhas Negras e Itatiaia.

Falam que ali passam OVNIS.... 

Só sei que a vista é surpreendente!!!!!

Vendo essa paisagem, percebemos como somos pequenos, não é?

Cachaçaria Vilarejo:

Depois do café, vieram as plantações de milho e cana, com isso surgiram os alambiques.

A Vilarejo, é aberta a degustação e visitação.

Onde fica os barris de cachaça confesso que o cheiro é muito forte, e para quem sofre de alergia é um péssimo lugar, cheio de mofo.



Aqui se separa a cachaça do melado. Bem artesanal.

Tipo prata e tipo ouro.



O cheiro de cachaça chega a incomodar, que junto ao mofo de um lugar cheio de barris de madeira... Não recomendo para alérgicos.

Cachoeira da Índia:


Conta a lenda que na época uma índia se escondeu nessa cachoeira para não ser pega pelos colonizadores.

Daí o nome da cachoeira.
 



Existem muitos cantinhos na cidade agradáveis, pitorescos; típicos de cidade pequena de interior.

Essa outra praça com algumas opções de alimentação é uma delas.

O Seresteiro.


A noite fica mais aconchegante ainda.

Andar pela cidade também é muito agradável. As ruas de pedras e as casas muito fofas.



Não é "aquela" cidade, mas para um final de semana de descanso é uma perfeita opção.









Bjs   e   Até   a   Próxima   Aventura,   sempre   Tentando   Explorar   o Mundo!!!!!!!!!!!!!!!