sábado, 15 de julho de 2017

A cidade das serestas e serenatas: Conservatória

Localizada no Rio de Janeiro, distrito de Valença, essa cidade prosperou muito no ciclo do café.

Seu primeiro registro data do final do século XVIII, onde o naturista Saint Adolph, relata em 1789 que a cidade era reserva dos índios Araris, segundo ele - "elegantes e desembaraçados".

A justificativa do nome mais comum é que ali os índios se recolhiam para se recuperar das doenças, ficando conhecida como "Conservatório dos Índios".

Em 1826 ainda existiam 1.400 índios, que mais tarde seriam exterminados pelos desbravadores colonialistas.

A cidade chegou a se chamar de Santo Antônio do Rio Bonito, porém a tradição indígena falou mais alto.

Já no final do século XIX iniciou - se a tradição das serenatas (música cantada sob o sereno), que até hoje permanece atraindo muitas pessoas para turismo na cidade. 

Dizem que começou com Andreas Schmidt, que em uma noite enluarada no silêncio do vilarejo, começou a tocar seu violino na praça e isso atraiu muita gente. A partir daí, ele transformou isso em rotina.

Até hoje a cidade atrai muitos músicos.

Engraçado que logo que chegamos a cidade, não estávamos achando a casa que o grupo alugou. Então, vimos um homem de meia idade estacionando, saindo de seu fusca amarelo, com um violão.

A primeira vista, devia ser um músico da cidade, um morador.

Então, fomos a ele pedir orientação da rua, até que ele se vira e fala:

- " Olha, sou músico, e cheguei na cidade tem 03 meses para visitar e tocar, mas adorei a cidade e o clima (estava bem fresco), e não voltei mais. Resolvi ficar por aqui, estou adorando o lugar, não quero mais voltar.... (falou por uns 05 minutos)... mas não conheço a rua não".

Só em cidade pequena mesmo...

Mas, vamos conhecer a cidade?

O centro da cidade é visitado a pé mesmo. Entre a rodoviária e a Igreja Matriz serão uns 10 minutos andando tranquilamente.

O violão como símbolo da cidade.

Tenda na praça principal onde ocorrem as apresentações.



As barraquinhas na mesma praça.

Uma dela vende cachaça de vários tipos artesanais.

Outros pontos, precisará de carro.       


Ponte dos Arcos:

Exemplo histórico de engenharia da época, foi construída para dar passagem a um dos trechos da antiga Rede Mineira de Viação, sendo utilizado óleo de baleia para dar liga nas pedras.

Foi inaugurada em 1884 na presença de D. Pedro II. 

Hoje desativada, só para ver mesmo.



Túnel que chora:

Devido as gotas da nascente que corre sobre ele, cravado na pedra bruta, feito pelos escravos.

Possui 100m de extensão e é por onde passava a Maria Fumaça.

Segundo o seresteiro José Borges de Freitas: "... dizem que é de saudade que o túnel vive chorando."

Você vai passar por ele para entrar e sair da cidade, é bem estreito.

Confesso que não vi ele chorando, mas depois me informaram que precisa chover para ele chorar. Será?




Maria Fumaça:

Pertencente a antiga Rede Mineira de Viação, ela puxava os vagões de passageiros e também o vagão de café.

A linha foi inaugurada por D. Pedro II em 1883 e extinta após a instalação da indústria automobilística no Brasil.

Me senti no filme "De volta para o futuro". E para completar, existe uma loja em frente que tira fotos com roupas antigas e malas, simulando uma viagem. 



Muito legal isso.

Isso achei fantástico, pena que não fizemos.... Mas, um casal de amigos com seus filhos fizeram.





Igreja de Santo Antônio:

Padroeiro da cidade, sua igreja é feita de cantaria (pedra grande lavrada para construções), e começou a ser feita em 1850, levando 40 anos até o final.

Feita pedra sobre pedra, com paredes de até 1,5m de espessura.

Bem simples, mas muito bonita.

Ela fica exatamente em frente a praça onde fica montada a tenda.

Nela ficam os seresteiros tocando. Você pode passar horas ouvindo música ali.

Na mesma praça, existem algumas barraquinhas com lanches, cachaça e alguns artesanatos.



Bem simples, mas elegante.

Achei lindo a caixa de ofertas.

Serra da beleza:

Belíssima vista que alcança a Serra da Mantiqueira e montanhas de Minas, das Agulhas Negras e Itatiaia.

Falam que ali passam OVNIS.... 

Só sei que a vista é surpreendente!!!!!

Vendo essa paisagem, percebemos como somos pequenos, não é?

Cachaçaria Vilarejo:

Depois do café, vieram as plantações de milho e cana, com isso surgiram os alambiques.

A Vilarejo, é aberta a degustação e visitação.

Onde fica os barris de cachaça confesso que o cheiro é muito forte, e para quem sofre de alergia é um péssimo lugar, cheio de mofo.



Aqui se separa a cachaça do melado. Bem artesanal.

Tipo prata e tipo ouro.



O cheiro de cachaça chega a incomodar, que junto ao mofo de um lugar cheio de barris de madeira... Não recomendo para alérgicos.

Cachoeira da Índia:


Conta a lenda que na época uma índia se escondeu nessa cachoeira para não ser pega pelos colonizadores.

Daí o nome da cachoeira.
 



Existem muitos cantinhos na cidade agradáveis, pitorescos; típicos de cidade pequena de interior.

Essa outra praça com algumas opções de alimentação é uma delas.

O Seresteiro.


A noite fica mais aconchegante ainda.

Andar pela cidade também é muito agradável. As ruas de pedras e as casas muito fofas.



Não é "aquela" cidade, mas para um final de semana de descanso é uma perfeita opção.









Bjs   e   Até   a   Próxima   Aventura,   sempre   Tentando   Explorar   o Mundo!!!!!!!!!!!!!!!







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